Skip to main content

Jelly – Digital Agency

O SEO tradicional já não é suficiente para garantir a presença das marcas no mundo online. A forma como as pessoas pesquisam mudou radicalmente: hoje, os motores de pesquisa são assistentes inteligentes que respondem em linguagem natural, resumem conteúdos e oferecem respostas instantâneas, muitas vezes sem exigir qualquer clique.

Neste cenário, surge uma nova prioridade: o GEO, que representa não só a dimensão local do SEO, mas também a estratégia de presença global e omnicanal, adaptada ao comportamento do utilizador moderno. Neste artigo, explica-se o que as marcas precisam de fazer para garantir relevância, serem encontradas e escolhidas pelos consumidores num ambiente digital em constante evolução.

De SEO a GEO: o salto necessário

Durante anos, o SEO baseou-se em otimizar páginas para algoritmos de pesquisa tradicionais, focando-se em palavras-chave, backlinks e autoridade técnica. Atualmente, a prioridade desloca-se para ser citado, referenciado e validado por sistemas de inteligência artificial.

Estes sistemas privilegiam conteúdos que ofereçam contexto, profundidade e credibilidade, usando fontes que sejam vistas como confiáveis e atualizadas. Por isso, já não basta ter o melhor artigo no blog: é preciso estar presente em plataformas externas, ser mencionado por especialistas e manter uma narrativa clara e coesa.

Além disso, cada modelo de IA (como Gemini, ChatGPT ou Perplexity) valoriza diferentes tipos de fontes e formatos: Gemini favorece vídeos no YouTube e media mainstream; ChatGPT prioriza fontes educativas e Wikipédia; Perplexity destaca fóruns e blogs especializados. Assim, as marcas devem começar a adaptar conteúdos especificamente para cada modelo, garantindo maior visibilidade em diferentes assistentes inteligentes.

O impacto das respostas instantâneas

Hoje, cada vez mais pesquisas resultam em zero-click, ou seja, o utilizador obtém a resposta diretamente no motor de pesquisa ou no assistente virtual, sem visitar qualquer website. Isto obriga as marcas a:

  • Otimizarem conteúdos para respostas diretas;
  • Estruturarem informação de forma clara e acessível (com headings, listas, FAQs);
  • Reforçarem presença em fontes externas como Wikipédia, YouTube, fóruns especializados ou portais de notícias.

Adicionalmente, é essencial implementar dados estruturados, reviews e FAQs otimizadas, aumentando a probabilidade de aparecer em resumos gerados por IA.

Conteúdo como pilar central

O conteúdo deixou de ser apenas uma estratégia de atração. Agora, é o principal combustível que alimenta as inteligências artificiais. Para ganhar destaque:

  • Criar conteúdos longos, completos e com profundidade real, respondendo a perguntas reais do público;
  • Atualizar regularmente, para garantir relevância contínua;
  • Usar uma linguagem natural e humana, aproximando-se do tom conversacional das IA.

Com a fragmentação das fontes de informação e a preferência das IA por conteúdos validados externamente, pensar como um editor (e não apenas como um marketeer) torna-se essencial. Isso implica investir não só no blog próprio, mas também em vídeos, fóruns, newsletters e colaborações com media de referência.

GEO: o novo campo de batalha

A dimensão local do SEO (GEO) torna-se cada vez mais determinante. A personalização das pesquisas que combina localização, histórico de comportamento e contexto em tempo real significa que os utilizadores recebem recomendações hiper-relevantes.

As marcas devem:

  • Manter fichas de empresa (ex.: Google Business Profile) sempre atualizadas;
  • Incentivar reviews genuínas e responder a comentários;
  • Integrar termos geográficos nos conteúdos e metadados;
  • Otimizar geotags em imagens e vídeos para fortalecer o sinal de presença local.

Autoridade: mais do que backlinks

O conceito de E-E-A-T (Experience, Expertise, Authoritativeness, Trustworthiness) passou a ser essencial para conquistar visibilidade. A IA procura sinais claros de experiência prática, como casos reais, demonstrações ou análises aprofundadas, e valoriza a expertise validada através de autores com credenciais reconhecidas, participação em eventos ou conferências. A autoridade também se tornou um fator decisivo, sendo fundamental que a marca ou o autor sejam citados por outros especialistas ou meios de referência. Por fim, a confiabilidade é avaliada com base na transparência sobre fontes, na disponibilização de contactos e na existência de políticas de privacidade claras.

Cada vez mais, não basta ter backlinks: ser mencionado de forma relevante (mesmo sem link direto) é um sinal importante de autoridade para as IA.

UX e IA conversacional: a experiência como diferencial

Mesmo que o tráfego direto ao site diminua, a experiência oferecida continua a ser um fator decisivo. Sites com uma experiência fluida, rápida e interativa com chatbots avançados, recomendações personalizadas e apoio em tempo real destacam-se na conversão.

Além disso, a capacidade de interagir com o utilizador de forma imediata, responder a dúvidas e guiar decisões torna-se essencial num mundo cada vez mais impaciente e imediatista.

Dados e adaptação contínua

A recolha e análise de dados são fundamentais para sustentar uma estratégia digital de longo prazo. As marcas devem:

  • Monitorizar quais os conteúdos que são referenciados por IA.
  • Avaliar performance local e global, ajustando táticas em função de cada mercado.
  • Experimentar continuamente (testes A/B, novas estruturas de conteúdo, diferentes formatos multimédia).

Neste contexto, os dados em primeira mão (first-party data) ganham um papel central. Recolher informação diretamente do público ajuda a reduzir a dependência dos algoritmos e a construir personalização real, criando uma vantagem competitiva difícil de copiar.

A importância da publicidade paga

Com o declínio do alcance orgânico, a publicidade paga funciona como rede de segurança estratégica. Investir em search ads e em criativos de alta qualidade permite compensar a visibilidade perdida e garantir uma presença constante.

No entanto, os anúncios devem ser tratados como conteúdo relevante e valioso não como simples ferramentas de aquisição. Criativos genéricos ou pouco trabalhados são rapidamente penalizados e ignorados pelas IA e pelos utilizadores.

Aja antes de ser esquecido

O paradigma digital atual exige ação imediata. Não basta esperar que os motores de pesquisa tradicionais tragam resultados: é preciso investir na construção de autoridade real, criar conteúdos que respondam a intenções complexas e fortalecer a presença local e global de forma integrada.

Quem se adapta primeiro, conquista vantagem competitiva. Quem fica parado, corre o risco de desaparecer da memória dos motores de pesquisa e, pior ainda, da memória das pessoas.