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Muitas casas transformaram-se, da noite para o dia, em local de trabalho, escola e ginásio. Agora o Zoom e o Gchat fazem parte do agregado familiar e não existem fronteiras entre a esfera pessoal, profissional e familiar. Como assegurar a sustentabilidade das marcas e a motivação dos colaboradores em tempos de pandemia?

De um lado está o cliente, que justifica a existência de uma marca e merece que esta se reinvente; do outro existe uma equipa, composta por pessoas inundadas de incertezas e de quem se espera o melhor desempenho possível.

Os recursos humanos das empresas estão a reajustar-se como podem a um novo paradigma que chegou sem pedir licença.

Perante as circunstâncias, há dois aspetos prementes quando se fala de sustentabilidade das marcas: a implementação do teletrabalho e a monitorização do estado psicológico e emocional dos colaboradores das equipas.

Um novo modelo de trabalho

Em Portugal existem empresas que já ofereciam condições de trabalho remoto e apenas tiveram de otimizar as tecnologias de informação. Para outras, o teletrabalho estava longe de ser uma realidade.

Perante o contexto de COVID-19, ambas tiveram de integrar ou escalar novos processos e políticas de trabalho.

Como é evidente, passar de um modelo de trabalho tradicional para o trabalho remoto implica tempo, responsabilidade e flexibilidade. Envolve rever os processos de gestão, as métricas de produtividade e claro, oferecer aos colaboradores as condições necessárias para providenciar o teletrabalho.

Entretanto, muitas empresas começam a aperceber-se que é vantajoso (especialmente do ponto de vista económico) adaptar parte dos seus processos ao trabalho remoto. Por exemplo:

– empresas que alugam edifícios ao fim de semana para manter a atividade, poderão manter o regime de teletrabalho nesse período

– muitas reuniões podem ser feitas através de plataformas de chat, evitando-se viagens ou deslocações ao escritório (contas empresariais de Gchat ou Zoom, por exemplo)

– vários colaboradores revelam mais produtividade quando trabalham a partir de outros espaços que não o escritório

Os recursos humanos

Recursos Humanos no coronavirusSabemos que a motivação e a produtividade dos profissionais é afetada por aspetos físicos como o ambiente de trabalho, o conforto ou o ruído.

Para além disso, aspetos emocionais como o sentimento de pertença e o próprio temperamento ditam muito da performance dos indivíduos.

Por um lado, há colaboradores bem adaptados ao mundo digital, que se revelam mais produtivos trabalhando sozinhos de forma remota. Por outro, há quem enfrente um ciclo vicioso de stress emocional e menos produtividade.

A par disso, muitos estão em contextos familiares que exigem uma enorme capacidade emocional para gerir a ansiedade.

Assim, atendendo a que neste momento a vida pessoal, profissional e familiar é a mesma, é importante equilibrar as necessidades da empresa e as necessidades dos colaboradores.

Afinal, quanto mais confiança sentirem os colaboradores, maior será a sua capacidade de trabalho e consequentemente, o sucesso da marca.

 

Estratégias que podem ser adotadas por algumas empresas:

  • Providenciar as ferramentas que o empregado precisa para trabalhar da forma mais eficaz possível
  • Questionar os membros da equipa sobre as suas necessidades e tentar colmatá-las
  • Ajustar as métricas de produtividade ao contexto de cada um
  • Permitir flexibilidade horária ou redução de carga horária sempre que possível
  • Criar uma conta empresarial numa empresa de serviços de conteúdos em streaming para os colaboradores;
  • Oferecer ferramentas educacionais online aos colaboradores que têm filhos (as solicitações dos filhos são um dos principais fatores apontados por muitos colaboradores)
  • Oferecer pacotes de aulas online de acordo com os interesses dos colaboradores (aulas de fitness/ workshop de escrita criativa / curso de culinária/ aulas de design gráfico)
  • Promover eventos online de convívio para solidificar os relacionamentos entre colaboradores (por exemplo, a equipa pode combinar tomar o pequeno-almoço em grupo, bastando ligar a câmara à hora marcada; ou conversar um pouco enquanto tomam um café).

Como é lógico, quanto mais estrutura tiver a empresa, mais recursos poderá oferecer aos seus colaboradores. Nem todas as empresas têm a capacidade de providenciar ferramentas mais aliciantes, mas certamente podem ouvir as necessidades dos trabalhadores e supri-las dentro do que estiver ao seu alcance.

A comunicação inclusiva, novamente, é um fator decisivo nesta altura de quarentena, não só para manter a coesão dos membros da equipa e confiança de fazerem parte dela mas também para aferir situações de stress emocional.

 

Conclusão

Graças aos avanços tecnológicos, a tendência que já se verificava é de muitas áreas passarem para o meio digital, com uma crescente integração do teletrabalho. A pandemia apenas catalisou esta adaptação.

No entanto, implementar subitamente uma série de novas medidas e políticas requer muita responsabilidade e capacidade de resposta por parte dos indivíduos e do próprio sistema.

Umas das propostas que a pandemia nos deixa em mãos é exatamente rever o modelo de trabalho vigente. Felizmente, vemos muitas marcas a dar provas de grande adaptabilidade, reajustando-se ao mercado.

Uma coisa é certa: mais vale reunir os recursos para investir numa transformação do que tentar recuperar o sistema previamente estabelecido que em muitos casos já nem estava a funcionar.