Gonçalo Malho Rodrigues
– CEO –
Estivemos no Google Cloud Day
Gosto de partir do princípio que não temos de conhecer o significado de certos termos, mesmo quando são repetidamente utilizados no dia-a-dia. Cloud poderá ser um desses termos e, por esse motivo, começo por esclarecer: o que significa Cloud e qual o seu propósito?
Depois, vamos falar sobre temas tão interessantes como Machine Learning, serverless aplications, big data, chatbots, team work e outros mais.
O que significa Cloud e qual o seu propósito?
O termo Cloud (Nuvem) representa, metaforicamente, a faculdade de vários servidores estarem ligados entre si e partilharem dados, tarefas e recursos, de acordo com o princípio de computação em grelha (grid computing). A Cloud permite-nos portanto aceder a dados, serviços, aplicações (entre outros), sem estarmos fisicamente dependentes de um servidor e sem nos preocuparmos se este tem suficiente memória, CPU ou disco. Basta portanto um acesso web para termos acesso à Cloud, como um serviço.
Sobre o local e organização do evento
A Google optou por realizar o evento Google Cloud Day no magnífico palácio do século XV: Convento do Beato, um espaço que nos presenteia sempre pela sua arquitetura majestosa e história. A equipa responsável pela organização, desde a receção ao apoio aos convidados, foi competente, organizada e tudo correu de forma muito suave. A agenda do evento foi cumprida dentro dos tempos previstos e o catering esteve de parabéns. Obrigado Google.
As boas-vindas do evento estiveram a cargo de Jorge Reto (Head of Google Cloud Portugal), passando de seguida ao tema do evento: Google Cloud.
Testemunho e mesa redonda
A Google convidou a EDP a participar como caso de estudo, para testemunhar os ganhos de performance e segurança conseguidos ao implementarem o seu website na Google Cloud. Um dos aspectos referidos com interesse, foi o facto de em determinado momento esperarem o colapso do sistema devido a um pico de utilizadores e pedidos concorrentes ao servidor (tal como seria normal acontecer num qualquer alojamento tradicional) e constatarem que o serviço Cloud da Google identifica estes picos que exigem mais capacidade de resposta de CPU, memória ou outro e entrega os recursos necessários para que a utilização seja sempre pronta e suave do lado do utilizador. Seguiu-se uma mesa redonda participada por representantes da Cisco e SAP e mediada por Jorge Reto da Google, na qual os intervenientes transmitiram como ambas as empresas adotaram o Google Cloud para oferecer um serviço claramente melhorado e diferenciado aos seus clientes numa escala global.
Sobre o tema do evento
Google Cloud Platform (GCP) – PaaS – Platform as a Service
Começando pelo ponto de vista energético, a Google anuncia que os seus data centers consomem menos 50% de energia quando comparados com os grandes provedores de servidores no mundo. No que diz respeito à economia do serviço, o modelo proposto pela Google contraria a prática global dos seus concorrentes, que assenta na pré contratação de recursos. A Google afirma que cobra apenas o que é utilizado, descontos de até 57% por utilização contínua, a faturação é ao segundo e mais barata que a concorrência (https://cloud.google.com/pricing/) A Google apresentou números impressionantes sobre a escala, performance e segurança dos seus servidores e data centres, conferindo-lhe o 3º lugar entre os maiores data centres do mundo, sem contudo vender alojamentos.
How teams work
Enquanto decorria o “GCP 101 – a sua primeira semana na Cloud”, a segunda sala ia falar sobre trabalho de equipa, onde a tónica assentou em 4 pilares.
1. Cultura colaborativa
2. Produtividade inteligente
3. Conhecimento ligado
4. Gestão simples e segura
A Cultura colaborativa foi representada pela real possibilidade de se trabalhar colaborativamente, em ambiente cloud (remotamente) num mesmo documento, conjuntamente com outros colegas e em tempo real, com aplicações como o Google Documents ou Google Sheets. Sobre a produtividade inteligente, fomos surpreendidos com a possibilidade de, por exemplo, o programa de email (Gmail) sugerir respostas adequadas à conversação. O Google Drive é o ator no que diz respeito ao conhecimento ligado e, no quanto à gestão simples e segura, estamos a falar no Google Cloud, em oposição a conceitos de segurança obsoletos, como por exemplo, limitar o acesso a informação da empresa ao local de trabalho (esta é na verdade, uma porta de vulnerabilidade).
Google Assistant – Google Chatbot
Os chatbots são já uma realidade válida e visível na navegação web, tipicamente (mas não limitado a isso), promovem serviços que envolvem marcação de uma consulta médica ou cabeleireiro, por exemplo. Tudo isto, numa conversação natural (humana) e fluída. É neste enquadramento que a Google apresentou o “Dialog Flow”, tecnologia Google que ajuda a criar experiências conversacionais naturais e ricas. Esta tecnologia, entregue como um serviço, beneficia de importantes ativos Google, como é o caso do ML (Machine Learning), NLU (Natural Language Understanding Engines) e a Pesquisa. Com isto, promete resolver 4 das 7 grandes falhas identificadas nos bots e está disponível para utilização em Chats como o Facebook Messenger, web chats, twitter ou o próprio Google Assistant, claro.
1. Inteligência Artificial ainda não é tão acessível quanto desejável
2. Casos de utilização não são tão frequentes
3. Alguns bots têm falta de transparência
4. Não entendem o contexto
5. Não comunicam com sistemas de negócio existentes
6. Tentam tratar de muitas coisas em simultâneo
7. Falta de protocolos humanos de escalabilidade realmente adequados
A Google dispõe ainda de modelos prontos a utilizar, com soluções verticais, facilitando e agilizando o go to Market. Segundo a própria Google, é previsível que em 2021, 50% das empresas venham a investir mais por ano em bots e chatbots do que nas tradicionais aplicações mobile.
Managing Big Data
“Se a tua empresa não é boa em Analytics, não está pronta para a IA”
Esta foi a frase de entrada sobre o tema Big Data, que frisa a importância da capacidade analítica na gestão de dados em grande volume. A Google apresentou as suas soluções que suportam SQL2011, REST API, Web UI, CLI, entre outros, sob uma lógica “Serverless and fast”. Para termos uma ideia do nível de performance da Google Big Query, é capaz de processar 4.43TB em 32 segundos, de uma BD com 6.3TB.
Machine Learning
Machine Learning foi um dos tópicos mais focados durante todo o evento e, sem dúvida, uma tecnologia que abre um novo caminho de possibilidades em matéria de automação de processos repetitivos e que poderão ser tratados pela máquina. Na opinião da Google, o modelo de desenvolvimento ML deve ser democratizado.
A Vision API permite
- Reconhecimento do objeto
- Logos e sentimentos faciais
- Extrair texto
- Detetar conteúdo impróprio
É uma tecnologia realmente impressionante e pode ser testada aqui: https://cloud.google.com/vision/
Conclusão
Há 20 anos atrás, Larry Page e Sergey Brin fundaram a Google com a missão declarada de “organizar a informação mundial e torná-la universalmente acessível e útil”. Não há dúvida que se trata de uma missão estrondosamente bem sucedida, de tal forma, que o acesso universal à informação do mundo é hoje considerado como uma commodity.
Neste Cloud Day, a Google demonstrou-nos no que tem vindo a trabalhar para se apresentar hoje como o player dominante de todo um universo de soluções disponíveis na nuvem, entregues como um serviço (platform as a service), em que um utilizador sem conhecimentos de programação pode, por exemplo, configurar um bot no messenger para conversar com o cliente e gerir as marcações do seu restaurante ou cabeleireiro.
Este é um resumo dos principais tópicos abordados neste grande evento, mas existirão ainda muitos detalhes e outros tópicos de interesse que não estão aqui referidos e devidamente desenvolvidos. Recomendo que, caso tenha interesse em aprofundar conhecimentos nesta área de atuação da Google, visite o website Google Cloud (https://cloud.google.com/), onde encontrará todas as soluções e tecnologias disponíveis e, ainda, informação relevante e apresentada de forma estruturada.
Até breve!
Gonçalo