À medida que o panorama digital continua a evoluir, o mesmo acontece com o mundo do marketing. Uma estratégia que provou a sua eficácia e que se prevê que venha a ser uma das ferramentas de marketing mais poderosas em 2023 é – e continua a ser – o influencer marketing.
É difícil apontar precisamente quando é que o influencer marketing começou a ser uma estratégia amplamente adotada pelas marcas, mas é fácil perceber que continua por cá devido aos resultados positivos (e lucrativos) que tem trazido às empresas.
Catarina Alves de Sousa
– Social Media Manager & Content Writer –
À medida que o panorama digital continua a evoluir, o mesmo acontece com o mundo do marketing. Uma estratégia que provou a sua eficácia e que se prevê que venha a ser uma das ferramentas de marketing mais poderosas em 2023 é – e continua a ser – o influencer marketing.
É difícil apontar precisamente quando é que o influencer marketing começou a ser uma estratégia amplamente adotada pelas marcas, mas é fácil perceber que continua por cá devido aos resultados positivos (e lucrativos) que tem trazido às empresas.
O marketing de influência (influencer marketing), ou marketing de criadores (creator marketing), como é cada vez mais chamado, impulsiona o crescimento da marca em todo o funil de compra. As empresas têm aproveitado as estratégias de influenciadores online e offline ao longo dos anos, mas 2023 parece trazer um novo nível de potencial para esta estratégia.
Em 2023, os influenciadores não são vistos apenas como promotores, mas acima de tudo como contadores de histórias e até mesmo diretores criativos. Têm controlo total sobre a criação de conteúdos e a comunicação da marca, graças ao seu profundo conhecimento das plataformas sociais e das audiências. Algumas empresas começaram mesmo a empregar oficialmente influenciadores famosos como parte da sua equipa de liderança de marketing. Um exemplo desta tendência é Kate Moss, que se tornou Creative Director da Diet Coke no final do ano passado.
Fonte: Diet Coke/PA
“A era dos criadores como diretores criativos chegou e vai continuar. Esta tendência é uma evolução do modelo de colaboração de marketing de produto, que posiciona os criadores como inovadores em nome das marcas. Este modelo não eliminará os modos de marketing de influenciadores que o precederam. Esta é uma extensão da forma como as marcas e influenciadores estão a trabalhar juntos.” – Sadie Schabdach, Dentsu Creative evp of influencer marketing
A par com o crescente papel dos influencers nas estratégias de marketing das empresas, está também a utilização das redes sociais por parte dos consumidores, que não está prevista abrandar.
As marcas que têm uma estratégia de influenciadores bem definida, aproveitando todos os tipos de criadores de conteúdo com objetivos mensuráveis em todos os canais, estão preparadas para colher os maiores benefícios. Mas quais são as razões – para além do tempo de utilização das redes sociais – que fazem com que o influencer marketing continue a ter impacto? Vejamos algumas explicações possíveis.
1. Os consumidores identificam-se com os influenciadores
Existem benefícios óbvios em contratar celebridades para divulgar produtos. Para além de serem figuras bem conhecidas e glamourosas, são bastante aspiracionais. No entanto, se um ator ou atriz famosos fizerem um conteúdo a dizer que colocam bilhetinhos fofos nas lancheiras dos seus filhos diariamente, as pessoas provavelmente não irão acreditar, pois soa a um claim comercial que não se alinha com seu estilo de vida.
Porém, se em vez do ator/atriz colocarmos uma mãe ou pai influenciadores, os consumidores têm tendência a acreditar mais neste cenário e é mais provável que sigam o seu exemplo.
O público geralmente vê os influenciadores como mais acessíveis. Muitos respondem às mensagens que são deixadas pelos seguidores nas redes sociais, pelo que a interação também fomenta esta visão de acessibilidade.
2. Influenciadores podem render melhor ROI
Quando uma estrela de Hollywood anuncia um creme para os olhos num anúncio de TV ou numa revista, é muito provável que as vendas do creme aumentem – mas é difícil dizer quanto. Além disso, o aumento provavelmente não será imediato. Os influenciadores, por outro lado, geram conversões de vendas por meio de links diretos, o que significa que as empresas podem obter um retorno mais rápido dos seus investimentos e saber quanto é que aquele influencer específico gerou.
Como muitos influenciadores trabalham de forma independente, as marcas também poupam dinheiro quando não há uma agência a representá-los, ou seja, quando tratam de tudo diretamente com o influenciador.
3. Influenciadores criam ligações mais autênticas com públicos diversos
Como os influenciadores têm seguidores de setores demográficos específicos, as marcas podem usá-los para alcançar segmentos também específicos da sua base de clientes. Os consumidores clicam em links compartilhados pelos seus influenciadores favoritos porque os vêem como autênticos..
Os influenciadores também conseguem ser mais criativos. Como produzem conteúdo novo que geralmente vem do seu coração (ou da sua autenticidade inata), os seus fãs não assumem que o conteúdo provém de guiões passados pelas marcas.
Fonte: Sprout Social
Trabalhar com influencers, sim! Mas… há que saber escolhê-los.
Contra factos não há argumentos e, tendo em conta tantas provas da eficácia desta estratégia de marketing, poucas ou nenhumas dúvidas restarão de que funciona. Mas como podem as marcas saber em que tipo de influenciador apostar? Aqui, não há “tamanhos únicos” e convém estudar o panorama de influenciadores e de tendências de influencer marketing para sugerir um ‘match’ perfeito entre influencer e marca.
O que deve ter em consideração na escolha do influencer mais adequado à sua marca:
- Relevância para o seu público-alvo: analise os seus dados demográficos, interesses e o tipo de conteúdo que produzem. Certifique-se de que o público deles corresponde ao público-alvo da sua marca.
- Alinhamento com os valores da marca: avalie se a marca pessoal do influenciador está alinhada com os valores, a imagem e as mensagens da sua marca. Reveja as suas colaborações e conteúdos anteriores para ver se promoveram produtos semelhantes ou se expressaram opiniões que se coadunam com a sua marca.
- Autenticidade e credibilidade: avalie a autenticidade e a credibilidade do influenciador. Considere as suas taxas de engagement, padrões de crescimento de seguidores e interação com o público. Procure influenciadores que tenham ligações genuínas com os seus seguidores e mantenham um envolvimento de alta qualidade.
- Qualidade do conteúdo: examine a qualidade do conteúdo do influenciador, incluindo o valor da produção, a criatividade e a capacidade de contar histórias. Certifique-se de que o estilo do conteúdo corresponde à estética e ao tom da sua marca.
- Métricas de desempenho: examine as métricas de desempenho do influenciador, como o alcance, as impressões, as taxas de envolvimento e as taxas de conversão do conteúdo patrocinado. Avalie o impacto que têm no seu público e a eficácia com que conduzem a ações ou vendas.
- Reputação e comportamento: efetue uma pesquisa exaustiva sobre a reputação e o comportamento do influenciador. Procure quaisquer controvérsias, preocupações éticas ou mensagens inconsistentes que possam refletir-se negativamente na sua marca.
- Potencial a longo prazo: considere o potencial do influenciador para uma parceria a longo prazo. A criação de relações duradouras com influenciadores pode resultar numa maior afinidade com a marca e em apoios mais autênticos ao longo do tempo.
- Micro-influenciadores e especialistas de nicho: não negligencie os micro-influenciadores ou os especialistas de nicho que podem ter audiências mais pequenas mas altamente envolvidas no seu mercado-alvo. Este tipo de influenciador mais pequeno pode oferecer uma influência mais especializada e criar ligações mais profundas com os seus seguidores.
Lembre-se de pesquisar e examinar cuidadosamente os potenciais influenciadores antes de tomar uma decisão final. Ao considerar estes fatores, pode encontrar um influenciador que não só se alinhe com os princípios da sua marca, como também comunique eficazmente a mensagem desejada ao seu público-alvo.
Outra coisa que não deve esquecer é que “influencer” é agora uma profissão que se chama, na verdade, criação de conteúdos (content creation). Como criadores de conteúdos, os influencers estão a lançar as suas próprias marcas, produtos e a criar grandes comunidades. Em suma, estão a ganhar mais dinheiro do que nunca nesta nova profissão e, mais do que isso, estão a ganhar confiança criativa. Os content creators de hoje reconhecem o seu valor e exigem – justamente – ser (bem) pagos pelo seu trabalho e pelo acesso às suas comunidades.
As marcas devem, portanto, ajustar-se a este novo panorama e estar preparadas para recompensar os influencers que tantas vendas lhes conseguem gerar.
Fonte: Influencer MarketingHub
Tendências de Influencer Marketing em 2023
No panorama digital em constante mudança, o marketing de influência continua a ser uma estratégia poderosa para as marcas se conectarem com seu público-alvo de maneiras autênticas e impactantes. Vamos então explorar algumas das tendências nesta área para 2023.
1.O Instagram e o TikTok continuam a ser as principais plataformas para influencer marketing;
2. A diversidade e a representatividade são fortes tendências a ter em conta;
Fonte: Baddiewinkle Instagram
3. Colaborações de longo prazo entre marcas e influenciadores (em vez de vários influencers em campanhas esporádicas);
4. Marcas alavancam micro-influenciadores para resultados macro;
Fonte: Sugsean Instagram
Fonte: Influencer MarketingHub
5. Conteúdo em que figuram os colaboradores das empresas (mais humanização de conteúdos outrora institucionais);
6. O UGC (User Generated Content) veio para ficar;
7. O vídeo está ainda mais forte;
8. Conteúdo é rei, o conteúdo pago é rainha (conteúdo autêntico sim, mas com um boost: ao patrocinar o conteúdo dos influenciadores por meio de publicidade paga, conseguirá mais facilmente silenciar o ruído e captar a atenção do seu público-alvo, sem interromper a experiência do utilizador);
9. Live shopping – os influenciadores estão agora a mostrar os seus produtos favoritos em tempo real para que os seus seguidores consigam interagir também em tempo real;
10. Co-criação de produtos entre marcas e influenciadores.
Fonte: NA-KD
11. “De-influencing”
Esta tendência surgiu no TikTok e tem vindo a espalhar-se por outras redes sociais, representando uma mudança significativa na forma como olhamos para o marketing de influência. É uma tendência que põe em destaque influencers e utilizadores comuns a partilhar produtos que compraram, mas que acabaram por considerar desnecessários ou ineficazes. Esta mudança é motivada, acima de tudo, pela desconfiança crescente em relação às recomendações dos influencers. O “de-influencing” é um apelo à autenticidade e à responsabilidade, mostrando que o público valoriza a verdade e a transparência. Apesar de parecer uma rejeição ao marketing de influência, o “de-influencing” na verdade representa uma evolução do mesmo. Os influencers estão a aprender a “desinfluenciar” para reconquistar a confiança do público antes de promoverem outra compra. Esta tendência sublinha a necessidade dos influencers adotarem uma postura mais autêntica e das marcas se focarem mais na construção de relações duradouras com os consumidores.
Definitivamente, vale a pena investir tempo para encontrar o influenciador/content creator certo. Eles podem fazer maravilhas pela sua marca com menos dinheiro – e um toque mais natural. Não se esqueça de seguir o nosso pequeno guia para encontrar a escolha perfeita para a sua marca e lembre-se de apostar em criadores emergentes (micro ou nano influencers) com quem se veja a colaborar a longo prazo para uma relação rentável e vantajosa para ambas as partes. Como dica final, recorde-se que um influencer que goste verdadeiramente do seu produto, vai promovê-lo e defendê-lo com paixão genuína e é precisamente por essa autenticidade que as marcas tanto procuram.