Vídeo é o Conteúdo Rei

Apesar disso, a distribuição de conteúdos não é uniforme. Nos últimos anos, assistiu-se a um aumento dos conteúdos em vídeo, nas mais diversas plataformas digitais. Qual o motivo desta tendência? E o que podemos esperar no futuro?

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Crescimento dos conteúdos de vídeo

Apesar do marketing de vídeo existir há alguns anos, foi a pandemia que acelerou o seu crescimento. Os sucessivos confinamentos forçaram a população mundial a viver entre quatro paredes e a procurar fontes alternativas de entretenimento e informação. 

Segundo um estudo da Cisco, num futuro próximo, 82% de todo o tráfego online será em formato de vídeo. Esta tendência também é confirmada pela Wyzowl, na qual 86% das empresas inquiridas recorrem ao vídeo. Além disso, 92% dos profissionais afirmam utilizar este tipo de conteúdo para consolidar a sua estratégia de marketing.

O que está a causar este crescimento?

• Declínio dos meios de publicidade tradicionais

A facilidade de acesso à internet, bem como a sua crescente utilização, tem tido consequências dramáticas para o marketing tradicional. Uma vez que os consumidores passam a maioria do seu tempo online, as estratégias de publicidade tradicionais perdem eficácia.

Assim, os marketers são obrigados a encontrar alternativas aos anúncios impressos, cartazes publicitários ou anúncios de rádio. Para a maioria, a solução está na criação de conteúdos de vídeo. 

• Alteração da capacidade de atenção

Um estudo patrocinado pela Microsoft revela que, nos últimos 20 anos, a nossa capacidade de atenção alterou-se de tal modo que, atualmente, conseguimos focar-nos apenas durante oito segundos numa determinada tarefa. 

No entanto, esta afirmação tem gerado controvérsia entre os académicos. Os especialistas argumentam que o nosso nível de atenção depende da tarefa que temos em mãos. 

Apesar deste debate, os consumidores de tecnologia reconhecem a diminuição da sua capacidade de atenção durante um longo período de tempo. Neste inquérito do Policy Institute e do Center for Attention Studies da King’s College London, existe a crença generalizada de que são os jovens os mais afetados por esta tendência.

A pandemia também contribuiu para este sentimento. A exaustão emocional e psicológica, fruto da constante ansiedade e incerteza e do grande fluxo de nova informação, levou a população a sentir dificuldade em tarefas que exigem elevados níveis de atenção. 

Por este motivo, existe uma tendência crescente de procura por conteúdos digitais de fácil digestão. E, entre eles, o vídeo é o favorito.

• Ascensão do TikTok

Quando todos conheciam o TikTok como uma plataforma de vídeos de música e dança recriados pelos utilizadores, esta rede social reinventou-se. 

O foco mantém-se nos conteúdos de vídeo de curta duração. Porém, cada vez mais utilizadores procuram vídeos educativos e informativos. Esta tendência popularizou a plataforma e potenciou um volume crescente de conteúdos em vídeo. 

• Aumento do volume de conteúdos gerados pelos utilizadores

Para muitas marcas, captar a atenção dos consumidores exige conciliar anúncios tradicionais com conteúdos gerados pelos utilizadores. 

O impacto deste tipo de conteúdos é fundamentado por algo muito simples: são pessoas como nós, com as mesmas dificuldades e desafios do dia-a-dia, que nos aconselham produtos e serviços que vão descomplicar as nossas vidas.

No fundo, são conteúdos com os quais qualquer pessoa poderá facilmente relacionar-se. Juntamos isso ao desejo de obter informação simplificada e temos a receita perfeita: conteúdos de vídeo.

Porque devem as empresas dobrar os conteúdos de vídeo?

Se já utiliza o marketing de vídeo para promover os seus produtos e serviços, então está no caminho certo. O próximo passo será duplicar tudo o que já faz. Nós explicamos porquê!

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O Efeito da Superioridade de Imagem

Certamente conhece a expressão “uma imagem vale por mil palavras”. Até é provável que já a tenha utilizado. Contudo, conhece realmente o seu significado?

As imagens conseguem contar estórias, por vezes impossíveis de descrever. 

O Efeito da Superioridade de Imagem relata isso mesmo. O cérebro humano memoriza e reconhece nova informação mais facilmente quando esta é apresentada em imagens, em vez de texto. Isto acontece porque as imagens geram um código verbal e visual que nos ajudam a formar novas memórias. Como resultado, o cérebro processa a informação visual 60.000 vezes mais depressa do que a informação escrita. 

Para empresários e marketers, esta pode ser a oportunidade para desenvolver conteúdos memoráveis. E qual a melhor forma de o fazer? Através das emoções.

Segundo as neurociências, o processo de tomada de decisão está altamente relacionado com aquilo que sentimos. Assim, através da estimulação visual, é possível ativar zonas do cérebro que não processam a linguagem, mas que despoletam emoções e conduzem a uma decisão.

Assim, porquê recorrer aos conteúdos de vídeo?

Existem vários motivos. Por isso, vamos apresentar-lhe os mais relatados por profissionais de marketing, em todo o mundo.

• Envolvimento dos clientes com a marca

Se as imagens são poderosas, o vídeo é imbatível! 

Através do vídeo, as marcas conseguem captar a atenção dos clientes. A combinação de texto, imagens e som permite compactar informação essencial num curto espaço de tempo. Assim, a informação é processada mais depressa, com maior probabilidade de ser recordada.

Segundo a Brightcove, os conteúdos de vídeo geram 1.200% mais partilhas nas redes sociais do que qualquer outro tipo de conteúdo. Esta capacidade de gerar emoções fortes leva os consumidores a querer comentar e partilhar com outros o que acabaram de ver.

• O reconhecimento da marca

Cada vez mais empresas apostam nos conteúdos de vídeo como uma estratégia para promover o reconhecimento da marca. Se o objetivo é captar e reter a atenção dos consumidores, então o vídeo pode ser a chave.

No meio de tanta informação disponível na internet, todos querem encontrar rapidamente o que procuram. O vídeo permite aos profissionais de marketing apresentar conteúdo relevante em pouco tempo. Assim, além de atrair o consumidor, estarão a transmitir-lhe informação que realmente lhes interessa e que é fácil de recordar.

• Incitar os consumidores à ação

Através do storytelling, é possível criar vídeos emocionais que instigam os consumidores à ação. Não apenas aqueles com intenção de partilhar o que viram, mas também aqueles que têm realmente intenção de comprar um produto ou serviço.

Segundo a Wistia, as chamadas para ação (CTA) incluídas em vídeo apresentam uma taxa de conversão que ronda os 16%. Por outro lado, as CTAs apresentadas no início e fim do conteúdo têm um desempenho mais fraco. 

Este comportamento deve-se à relação entre a curiosidade e o interesse do consumidor. Geralmente, a utilização de CTAs a meio do vídeo revelam um interesse genuíno nos produtos e serviços e não apenas a mera curiosidade do cliente.

Fonte: Wistia.com

• Aumentar o tráfego orgânico

Abrir um negócio e não o divulgar é a estratégia perfeita para o fracasso. É exatamente isto que acontece no meio digital. Num sítio onde a competição é global, é importante que as marcas incentivem os consumidores a visitarem a sua “casa”.

Por isso, os conteúdos de vídeo são uma ferramenta crucial para a otimização dos motores de pesquisa. Estes permitem aumentar o volume de visitantes não pagos nos websites em cerca de 10%.

Além disso, quando os consumidores partilham um vídeo, criam uma hiperligação a partir dessa página. Para o Google, quantas mais hiperligações um website tem, mais confiável será. Como resultado, a sua posição nos resultados de pesquisa sobe, aumentando a sua visibilidade a novos consumidores.

A importância da estratégia de conteúdos

A estratégia de conteúdos funciona como a planta de um projeto de arquitetura na construção de um edifício. Neste documento, o profissional de marketing detalhada toda a informação necessária para a criação de conteúdos.

Por isso, é preciso refletir e pesquisar para saber quem é o nosso público-alvo, porque motivo devemos criar conteúdo e como será divulgado. O objetivo é cativar e envolver a audiência para promover o negócio e gerar receita.

Entre diversos benefícios, a estratégia de conteúdos permite alcançar os objetivos mais facilmente, bem como acompanhar o seu progresso. Além disso, facilita a identificação de novas oportunidades e a produzir conteúdos que convertem.

O que devemos considerar ao desenvolver conteúdos de vídeo?

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• Captar a atenção do consumidor

Segundo o YouTube, os primeiros 15 segundos de vídeo são vitais para prender o cliente ao ecrã. O objetivo é mostrar-lhe rapidamente do que se trata o vídeo e o que deve esperar. Estratégias como falar diretamente para a câmara ou questionar o consumidor podem ajudar a espicaçar a sua atenção.

• Escolher a plataforma ideal para divulgar conteúdo

A propagação de redes sociais oferece vários meios onde publicar e divulgar vídeo. Contudo, isso não significa que é necessário recorrer a todas. 

O YouTube lidera as preferências de consumidores e criadores de conteúdos. Por isso, de pouco adianta publicar noutras redes sociais se não marcar presença nesta plataforma.

Além disso, e ao contrário do que acontece no Facebook, TikTok ou Instagram, os vídeos mais populares do YouTube continuam a angariar visualizações vários anos após a sua publicação.

• Otimizar os vídeos para o YouTube

Atualmente, criar conteúdos virais, por si só, não é suficiente para alcançar milhões de visualizações. Por isso, otimizar os vídeos para aparecerem na lista de vídeos sugeridos do YouTube é uma estratégia muito utilizada por empresários, marketers e influencers.

O algoritmo desta plataforma analisa o tempo de visualização dos vídeos, bem como o envolvimento dos visitantes, para classificar os conteúdos. À semelhança da Google, quanto mais elevado for o ranking de um vídeo, maior será a sua visibilidade.

Para alcançar este objetivo, é importante utilizar palavras-chave relevantes, otimizar a descrição do vídeo, bem como recorrer a hashtags e criar listas de reprodução para alcançar um público alargado.

• Escrever um guião

Falar para a câmara pode ser intimidante. Na verdade, até os atores mais reputados têm a sua cábula! Por este motivo, é importante que a estratégia de conteúdo inclua a redação de um guião. 

Esta prática permite planear e colocar no papel todas as ideias que queremos transmitir. À semelhança de outras estratégias da criação de conteúdos, o guião deve ter um princípio, meio e fim, sem esquecer a CTA.  

Porém, há um fator importante a considerar: a forma falamos é muito diferente daquela que escrevemos. Por isso, para criar empatia com o consumidor, é importante escrever um guião que se aproxime da oralidade.

Os conteúdos de vídeo do futuro

O aparecimento do YouTube, em 2005, revolucionou o modo como vemos e criamos vídeo. Enquanto a sociedade evolui, as ferramentas que utilizamos diariamente adaptam-se às nossas necessidades.

A popularidade crescente dos conteúdos de vídeo é um reflexo disso mesmo. À medida que as gerações mais jovens integram o mundo digital, surgem novas tendências. Neste sentido, o que podemos antecipar para um futuro próximo?

Os conteúdos gerados por utilizadores, os vídeos educacionais e o comércio social são as tendências mais populares e com maior probabilidade de manterem um crescimento contínuo. Além disso, é expectável o aumento de parcerias entre marcas e influencers.

O crescimento das comunidades digitais conduzirá à diversificação das plataformas utilizadas pelos consumidores. Desta forma, os especialistas em marketing de vídeo preveem o aumento do volume de eventos digitais.

Associado a tudo isto, está a evolução tecnológica, que não dá sinais de abrandamento. Assim, surgem conteúdos de realidade aumentada (AR). Esta assume especial importância junto do público mais jovem. Ao criar uma experiência digital imersiva, as marcas chegam facilmente a uma audiência que já nasceu no meio digital.

Para os criadores de conteúdos, os próximos anos serão desafiantes. Por isso, coloca-se a grande questão: como desenvolver vídeos cativantes para um público cada vez menos disponível?

Cada marca terá a sua própria visão do caminho a seguir. Contudo, existe algo que jamais podem descurar: a sua capacidade de criar empatia com o cliente, apelando às suas emoções.