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Catarina Alves de Sousa
– Social Media Manager –

Nos últimos anos têm-se registado grandes mudanças na forma como nós – pessoas e marcas – comunicamos, comercializamos e vendemos.

Em 2022, os marketers fizeram questão de, mais do que nunca, comunicar onde o seu público se encontra, aparecendo nos nossos feeds ao lado de influenciadores e criadores de conteúdo. À medida que vamos percebendo melhor os comportamentos de quem queremos impactar online, vamos adaptando estratégias consoante as nossas aprendizagens empíricas no digital e analisando as previsões de tendências de marketing digital para o novo ano. E por falar nelas, vamos a isso?

Catarina Alves de Sousa
– Social Media Manager –

Nos últimos anos têm-se registado grandes mudanças na forma como nós – pessoas e marcas – comunicamos, comercializamos e vendemos.

Em 2022, os marketers fizeram questão de, mais do que nunca, comunicar onde o seu público se encontra, aparecendo nos nossos feeds ao lado de influenciadores e criadores de conteúdo. À medida que vamos percebendo melhor os comportamentos de quem queremos impactar online, vamos adaptando estratégias consoante as nossas aprendizagens empíricas no digital e analisando as previsões de tendências de marketing digital para o novo ano. E por falar nelas, vamos a isso?

Influenciadores do TikTok, criadores de conteúdo, e personalidades do YouTube estão a dominar o engagement digital, criando e produzindo conteúdos consistentes e de alta qualidade que rivalizam até com grandes marcas.

Para que os marketers possam fazer crescer a sua marca em 2023, precisam de chegar aos clientes online e adotar uma forma mais conversacional e viral de comercializar digitalmente a sua marca ou serviços.

As redes sociais, websites e anúncios são ótimas formas de despertar o interesse e a notoriedade das marcas, mas com tantas outras empresas a “jogar” segundo as mesmas regras, fazer com que o seu negócio seja notado online, gerando impacto em potenciais clientes, provou ser um pouco mais desafiante ao longo dos últimos dois anos.

Neste sentido, a tendência é continuar; ou seja, as marcas precisam de continuar a esforçar-se para construir relações mais próximas com os clientes e potenciais clientes e seguidores – tanto na vida real como nas redes sociais.

No que diz respeito às redes sociais, já não basta apenas estar onde estão aqueles que se quer impactar; há que criar aquilo que a maioria deseja consumir, da forma mais original possível.

A ascensão do TikTok não vai parar em 2023

Fonte: Pexels

No novo ano, a ascensão meteórica do TikTok só vai aumentar. 

Continuando a beneficiar das fraquezas de outras plataformas de social media, prevê-se que o crescimento do TikTok como plataforma de comunicação para anunciantes e consumidores irá acelerar.

Existem várias tendências a contribuir para este fenómeno, nomeadamente as ferramentas de Realidade Virtual (RV) e de Realidade Aumentada (RA) disponíveis no TikTok.

Aqui, estamos praticamente a falar de duas tendências de marketing digital numa só: para além do aumento da popularidade do TikTok, estamos também perante a cimentação da RV e da RA na esfera mainstream. Ou seja, em 2023, já não se fala de Realidade Virtual e de Realidade Aumentada como novas ou emergentes.

E na verdade, não é apenas o TikTok a disponibilizá-las de forma tão intuitiva e acessível aos seus utilizadores, uma vez que podemos criar conteúdos semelhantes com o Snapchat Lens, por exemplo, mas o fator novidade pertenceu ao TikTok desde o início, o que significa que esta plataforma está hoje posicionada de forma única para liderar neste campo. Vantagem: TikTok.

Notícias no TikTok: potencial de trabalhar estratégias de pesquisa

Uma novidade mais surpreendente relativamente a esta rede social, poderá ser a crescente utilização da mesma como fonte de notícias, maioritariamente por utilizadores americanos.

De acordo com a Pew Research, cada vez mais americanos recebem notícias no TikTok, ao contrário de outras redes sociais que estão a experienciar uma estagnação e, em alguns casos, uma queda no engagement.

Isto está associado a um conforto crescente com as características de AR e VR que o TikTok está posicionado de forma única para alavancar.

Como TikTok continua à frente nas pesquisas relativamente ao Google e Bing para a Gen Z, as marcas B2B também começarão a explorar a utilização de TikTok para estratégias de pesquisa.

Uma força publicitária que gera milhares de milhões

Ainda na esfera do TikTok, há que abordar as mudanças mais óbvias.

Esta rede social viu a sua popularidade explodir de forma épica durante a quarentena (início de 2020), mas se toda esta notoriedade teve lugar junto de criadores e consumidores de conteúdo, rapidamente as marcas se aperceberam de que era imperativo estarem lá também.

De forma a dar resposta às necessidades das marcas, o TikTok evoluiu a sua oferta de serviços e agora compete com os “grandes” para orçamentos de anúncios tipicamente dirigidos a plataformas de anúncios digitais.

[O TikTok] está efetivamente a competir por orçamentos que de outra forma iriam para o Google ou para a Amazon, tal como está a competir por dólares publicitários que uma marca possa estar a considerar alocar ao Meta, Snap, ou Twitter.

Ilya Cherepakhinlíder de consultoria empresarial na Media.Monk

Com o Twitter e outras plataformas digitais principais também a lutar, o TikTok está na frente para capitalizar sobre as marcas que estão ansiosas por investir onde há mais potencial.

O user growth e o engagement estão também do lado do TikTok. Para além do número de utilizadores do TikTok estar a crescer (está previsto alcançar mais de 800 milhões em 2023), estes estão a aproveitar a aplicação de novas formas.

Receitas líquidas de publicidade geradas pela TikTok em todo o mundo entre 2020 e 2024 (em biliões de dólares norte-americanos)

Fonte: Statista

Em 2022, o TikTok gerou mais do triplo do que em 2021. Para este ano, estima-se que as receitas líquidas de publicidade nesta plataforma atinjam mais de 14 mil milhões de dólares.

Em 2024, o TikTok deverá atingir cerca de 18,5 mil milhões de dólares em receitas publicitárias à escala mundial.

E como contra factos não há argumentos, é oficial: o TikTok já não é apenas uma plataforma de entretenimento; é um investimento com muito potencial de retorno.

(Short) video content is king

Fonte: Pexels

Não é novidade, mas é tendência: apostar nos vídeos curtos e verticais.

Com a evolução inegável do TikTok, outras plataformas foram começando a oferecer a sua versão de conteúdo de vídeo neste formato mais curto. Os Instagram Reels e os Youtube Shorts, por exemplo, também atingiram enormes níveis de popularidade e de procura na criação e no consumo. Aqui, mais uma vez, as marcas começaram também a fazer aparições. 

Nos últimos tempos, os vídeos de curta duração têm-se tornado cada vez mais vitais para a estratégia de marketing. Prevê-se que os anúncios online, particularmente aqueles em vídeos de curta duração, gerem mais receitas publicitárias do que em qualquer outro formato até 2023.

Ler também “Vídeo é o Conteúdo Rei

Num estudo da Influencer Marketing Hub, 85% dos profissionais de marketing dizem que os vídeos são uma estratégia eficaz para captar a atenção das pessoas online. Foi descoberto que os clientes retêm 95% da informação dos vídeos, tornando-os essenciais não só para o marketing, mas também para o estabelecimento de uma marca forte. O impacto tanto do marketing em vídeo de longa como de curta duração tem sido tornado muito evidente por estes dados.

Fonte: Hubspot

Vejamos alguns benefícios deste formato:

  • Os vídeos curtos transmitem mensagens de uma forma divertida e interactiva, tornando-as mais relacionáveis para o público alvo;
  • Projetam autenticidade e empatia, aumentando a vontade dos consumidores de confiar numa empresa/marca;
  • É um excelente método para atrair a atenção das pessoas e encorajá-las a espalhar a palavra sobre a sua marca;
  • Obriga os marketers a reduzir o tempo necessário para passar uma mensagem ao seu público. 

Resumidamente, apostar neste tipo de formato irá traduzir-se em altos níveis de engagement e num excelente ROI, devido às altas taxas de conversão dos vídeos de formato curto.

Se não estiver a apostar nos vídeos verticais inferiores a 15 segundos em 2023, está a perder uma enorme oportunidade.
Os vídeos verticais são fáceis de produzir e de baixo custo, e o alcance orgânico é superior a qualquer outro tipo de conteúdo na web, o que o torna o melhor ponto de venda para os marketeers e criadores de conteúdo.

Bradley ThompsonDirector Of Marketing At DigiHype Media

Se quiser fazer crescer o seu negócio ou marca nas redes sociais em 2023, deve concentrar-se na criação de conteúdos para o meio em que os consumidores passam a maior parte do seu tempo e no formato que mais consomem.

Content Marketing, mas Interativo

Com os governos a apertar as leis do RGPD e os gigantes da tecnologia a adotar severas medidas contra os cookies de terceiros, os marketers vão perder uma grande quantidade de dados. Isto pode explicar porque é que o conteúdo interativo é uma das grandes tendências de marketing digital para 2023.

Através do marketing de conteúdo interativo, as marcas podem recolher dados de forma menos invasiva e vinculativa. De acordo com um inquérito de 2022 a 1.600 marketers, 45% disse que o conteúdo interativo era o tipo de conteúdo que mais utilizavam nas redes sociais e 77% disse que era o mais eficaz.

Fonte: Wix

Para além dos benefícios da recolha de dados, o conteúdo interativo também envolve os consumidores. Dados de mais de 230.000 profissionais de vendas e marketing mostram que o conteúdo interativo recebe 28% mais visualizações do que o conteúdo estático. Além disso, o utilizador médio gasta 4,6 minutos a mais a ver conteúdo interativo do que conteúdo estático. 

Eis alguns exemplos de conteúdos interativos a implementar na sua estratégia de marketing em 2023:

  • Jogos
  • Quizzes
  • Calculadoras
  • Sondagens
  • Realidade virtual
  • Inquéritos
  • Apresentações dinâmicas
  • Vídeos explicativos
  • Simulações
  • Demonstrações de software
  • Deslizadores de imagem
  • Mapas interativos
  • Infografias interativas

Já está com ideias para implementar esta estratégia ao seu conteúdo?

Marcas humanizadas, são marcas confiadas

Fonte: Pexels

Como já temos vindo a discutir aqui, muita coisa mudou na forma como as marcas comunicam nas redes sociais. A pressão para dar resposta àquilo que os utilizadores/potenciais clientes querem ver é cada vez maior, mas há duas estratégias de comunicação que funcionam muito bem:

  1. método do storytelling: histórias e entretenimento acima de estratégias óbvias de venda;
  2. humanização das marcas: utilizar pessoas, testemunhos de pessoas e rostos sempre que possível.

 

No que diz respeito à humanização, as marcas podem continuar no caminho do User Generated Content e das parcerias com influenciadores. 

User Generated Content

É mais provável que o conteúdo gerado por utilizadores seja visto mais facilmente como confiável do que outras formas de marketing, pelo que continuará a prosperar em 2023. A autenticidade é uma das principais razões por detrás disto, uma vez que as pessoas tendem a confiar mais noutros consumidores dos mesmos produtos do que nos comerciantes. 

Fonte: Calvin Klein (Instagram)

Este é um exemplo de um user generated content criado e republicado pela Calvin Klein no seu Instagram. A fotografia não foi tirada em nenhuma sessão fotográfica da marca, mas sim por uma consumidora/fã da mesma. De forma a incentivar o UGC, a Calvin Klein deixa o apelo e a hashtag #mycalvins para encorajar mais partilhas por parte dos seus fãs.

Se deseja que os clientes da sua marca produzam conteúdo a utilizar os seus produtos, experimente esta mesma estratégia: CTA + hashtag e, em retorno, a hipótese dos conteúdos dos seus clientes serem partilhados nas suas redes sociais, no formato que lhe for mais conveniente.

Parcerias com influenciadores a longo prazo

Os influenciadores são excelentes a fazer os seus seguidores sentirem que fazem parte das suas vidas. Quem segue influenciadores nas redes sociais, não consegue evitar sentir que sabem muito acerca das suas vidas, dos seus gostos, aventuras, viagens e até da família e dos amigos. Os marketers que querem capitalizar essas ligações começaram a explorar o verdadeiro potencial do marketing de influência, tecendo o ADN das suas empresas no tecido dessas relações.

 

E se, inicialmente, a tendência era trabalhar com vários influenciadores para publicarem algumas vezes sobre um produto, as marcas estão a investir em parcerias a longo prazo com um menor número de influenciadores. Também estão a dar prioridade à qualidade em detrimento da quantidade quando decidem com que influenciadores trabalhar. Já não se olha apenas a números; já não importa tanto a dimensão da comunidade e seguidores dos influencers, mas sim – e acima de tudo – se os seus conteúdos são adequados à marca que representam ou que poderão vir a representar.

 

Shachaf Rodberg, o analista de tendências de marketing da Wix, pensa que não são apenas as parcerias com influenciadores que estão a mudar – o marketing de influência parece estar a mudar o marketing como um todo. “Os canais sociais de marketing estão a mudar”, explicou ele. “Estão a trazer criadores semi-famosos ou a permitir que os seus criadores internos sejam a cara da empresa”.

Em Portugal, temos um bom exemplo de uma marca que trabalha de forma contínua com a mesma influenciadora:

Fonte: Amoreiras (Instagram)

Em 2019, o Amoreiras escolheu a conhecida atriz, apresentadora e influencer portuguesa Raquel Strada para ser a imagem de marca do seu centro comercial e tem vindo a trabalhar com a mesma desde então.

Bigger = Better?

“No que diz respeito aos influenciadores, quanto maior a audiência dos mesmos, maior o sucesso das marcas que publicitam, certo?” 

Pois… não. 

As tendências futuras refletem resultados passados, o que significa que uma vez que existem várias evidências em como os micro influenciadores apresentam taxas de engagement mais altas, a sugestão é que, em 2023, aposte em trabalhar com criadores de conteúdos mais “pequenos”. Para além de apresentarem bom engagement, são mais uma forma de alcançar o seu público alvo e perceber o que este pensa sobre os seus produtos/serviços por um custo mais baixo.

À medida que o panorama continua a mudar e as areias movediças das redes sociais continuam a agitar-se, os marketers mais confiantes serão aqueles que passarem menos tempo a preocupar-se a tentar todas as estratégias possíveis e mais tempo a explorar aquelas que já estão provadas que funcionam. Aprendemos com o passado para continuarmos a conquistar sucessos futuros. Afinal, é esse o papel do estudo das tendências. Por isso, em 2023, foque-se em criar conteúdo adequado às plataformas que utiliza nos formatos que os utilizadores estão realmente a consumir. Lutar contra a mudança está fora de questão; a solução é abraçá-la e adaptarmo-nos para vencer.